Já comentei aqui, neste gênero textual internético, a respeito dos novos rumos e tendências da indústria dos jogos eletrônicos e a possibilidade de obras literárias serem adaptadas aos jogos. Mas a questão literatura e games foi pouco discutida, problema que pretendo contornar um pouco nesse tópico.
Talvez boa parte de vocês, gamers letrados, já devem saber do projeto da Eletronic Arts, Dante's Inferno, que colocará nas suas mãos o controle do poeta épico toscano em sua viagem pelos nove círculos do inferno. Mas se acham que esta será, como no poema, uma experiência guiada em primeira pessoa (palavra bonitinha pra shooter on rails depois do Dead Space Extraction), onde vocês jogadores apenas assistirão os tormentos do inferno , enganam-se: a primeira cena, descrita pelos desenvolvedores da EA ao jornalista do Kotaku, é narrada como "envolvendo Dante, um guerreiro delgado vestido de armadura e empunhando uma espada enorme, despachando um grupo de inimigos não descritos espremidos no barco atravessando o rio Estige para as praias e portão do inferno." Ou seja, nosso herói não sairá pelo inferno distribuindo alexandrinhos, mas sim boas e truculentas espadadas.
O problema é: e se o game, no fim, utilizar a ambientação apenas como uma estratégia para atrair o jogador? A possibilidade deste jogo se tornar um primo pedante de Devil May Cry existe. Mas, segundo Johnathan Knight, produtor executivo do jogo, os desenvolvedores estão trabalhando para que cada um dos nove círculos do inferno ofereçam mecânicas e jogabilidades diferentes, associadas a cada um dos "castigos" de cada círculo.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Mais literatura nos games.
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